15 de janeiro de 2014

Cuidado com o que você pede a Deus!


Um dos principais ensinos de Jesus é sobre a oração. Jesus viveu profundamente a oração em sua vida e mostrou a importância da liberdade que temos de orar ao Pai. Mas Jesus mostrou também a importância de sermos conscientes e racionais em nossas orações. No Getsêmani, em profunda angustia e emoção, pouco antes de ser entregue para ser crucificado, Jesus soube posicionar corretamente a sua oração a Deus e aceitar as implicações que essa oração traria:

“Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” (Lc 26. 42)

Essa oração de Jesus traria a Ele implicações. Com essa oração, Jesus, ainda que angustiado, aceitou a cruz que Lhe estava proposta. Apesar de desejar que Deus Lhe libertasse desse momento difícil, a conclusão da sua oração foi: “Faça-se a tua vontade”.

Precisamos aprender a refletir nas implicações que nossos pedidos a Deus vão gerar. Por exemplo, alguém que pede a Deus paciência, deve saber que para que Deus dê paciência, precisará haver situações que favoreçam a prática e o aparecimento da paciência. Os pacientes só são conhecidos quando a sua paciência é requerida, e isso normalmente acontece em meio a situações difíceis e indesejadas.

Quase sempre achamos que vamos orar e que Deus fará conosco como o gênio da lâmpada: concederá nosso pedido sem qualquer esforço ou contribuição nossa, como num passe de mágica.

Como isso normalmente não acontece, ficamos, então, reclamando de Deus e da vida, sem nenhuma disposição para avaliar as situações que acontecem como bênçãos enviadas por Deus para o nosso bem. É claro que Deus faz milagres extraordinários que independem da nossa participação, mas a maioria das respostas à orações dependem sim da nossa cooperação com Deus.

Pedimos a Deus mais fé, mas não estamos dispostos a passar pelo que Deus preparou para que a nossa fé seja aumentada. Desconfiamos então da vontade soberana de Deus e nos tornamos uma espécie de “senhores de Deus”, que fazem vários pedidos a Deus e exigem uma resposta moldada aos nossos desejos.

Saber que as nossas orações têm implicações não deve ser um motivo para pararmos de orar, antes, deve ser um estímulo para confiarmos ainda mais em Deus e nos entregarmos totalmente à vontade Dele para as nossas vidas. A vontade de Deus para Jesus foi a crucificação. Talvez a vontade de Deus para nós também seja um desafio à nossa fé.

Quando for orar a Deus, cuidado com o que pede. Peça com consciência, racionalmente, e reafirme diante do Senhor que aceita como um servo Dele a Sua soberana vontade e resposta.

Texto escrito por André Sanchez do Blog Esboçando Ideias

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