10 de maio de 2012

Lágrimas de dor



Naqueles momentos de angústia, somos impulsionados a derramarmos um amargo pranto que simboliza a decadência de nossa alma numa profunda depressão. Assim como o salmista Davi, declaramos que estamos cansados de nossos gemidos; toda noite, nadamos em lágrimas. Lágrimas são derramadas em meio a gemidos inexpremíveis. Apesar de sua líquida consistência, ela é a materialização do nosso sofrimento. Apesar de sua leveza, pesa o rosto e marca nele seu trajeto, representando a infinita agonia em que nos encontramos. Do rosto, semblante abatido, ela cai lentamente pelo ar, ganhando cada vez mais força, até entrar em atrito com o solo e se dissolver. Ali, onde deveria acabar a dor, muitas outras lágrimas acompanham-na, descendo, descendo e descendo… Mas, na verdade, não é este o caminho de uma lágrima. Quando, assim como a mulher pecadora, choramos aos pés de Jesus, essas lágrimas são recolhidas pelo Espírito Santo, nosso Consolador, e levadas até ao Trono da Graça, onde cada lágrima é convertida em vigor. E, então, “os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão”, porque “o choro pode durar uma noite, mas, pela manhã, vem o cântico de júbilo”. Portanto, “reprime a tua voz do choro, e das lágrimas os teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho”. Saiba que cada soluço é levado pelo Santo Espírito a Deus. Quando o pranto não nos permite orar com palavras, o Espírito, que sonda nossos corações e entende nossos gemidos, por nós intercede. Temos a esperança de que, na fraqueza, somos fortes. Visivelmente, a lágrima desce, mas, espiritualmente, ela sobe até Deus, eterno em misericórdia e benignidade. Com esta fé, aguardemos a bem-aventurança eterna, onde “Deus aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo; porque o Senhor o disse”, e “Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.


Mensagem enviada por meu amigo e cooperador do blog, "Cruz".
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