24 de julho de 2013

A esperança na vida eterna



Certa vez, viajei para Joinville-SC, para pregar aos pastores. Foi uma reunião linda. Após a reunião, fui para a cidade de Blumenau, visitar um dos membros da igreja, o irmão Antônio, que, depois de receber um rim transplantado, foi para o CTI, porque houve uma complicação. Ali no CTI, orei impondo as mãos sobre ele. Tratava-se de uma situação desesperadora. Orei o Salmo 23, e não estava preocupado se ele estava ouvindo ou não.
Ali estava um irmão moribundo, e as palavras eram essas: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum”. Encontrei-me com a família, a esposa, os filhos, e passamos um tempo juntos ali, ministrando. Quando a Palavra diz: “Alegrai-vos na esperança”, é porque isso é possível. Se passarmos pelas águas, temos que ter a certeza de que o Senhor está ali. Se passarmos pelo vale da sombra da morte, a certeza é de que o Senhor está nele. Então, o tempo passou, e, numa das ministrações que realizei em Salvador, na Bahia, recebi uma mensagem de que o Senhor havia levado Antônio. Chorei. E choramos, não por causa da morte, mas pela ausência, no sentido de não vermos mais a tão querida pessoa. Mas o coração possui uma certeza, a de que ele – que sempre participou conosco da mesa do Senhor, que proclamou, a cada vez que comeu o pão e bebeu do cálice, a morte do Senhor, está com o Pai. Por isso, está escrito na Palavra: “Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14.8). Esse já é motivo mais que suficiente para termos otimismo.
Fé é chamarmos à existência as coisas que não são como se já fossem. “Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso” (1Pe 1.8). A pessoa que eu mais amo, meus olhos nunca viram. Eu nunca vi Jesus! Ele não permitiu que alguém fizesse um quadro dele porque não seria a expressão real. Nosso querido irmão Antônio, no momento quando o seu coração parou, ele abriu os olhos e viu o Senhor. Creio que cada momento que um dos santos de Deus, homem e mulher, é transferido para a glória, Jesus se levanta e o recebe.
Quando celebramos a Ceia do Senhor, podemos lembrar-nos da realidade da morte dele, mas o nosso coração fica cheio de alegria porque está escrito: “Até que ele venha”. “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação”; Tribulação é luta, ela vem, mas, quando entendemos que devemos ser pacientes, compreendemos que Deus não demora, tudo acontece no tempo dele. Em Eclesiastes 7.8, lemos: “Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito”.
Hebreus 12 também nos aconselha a regozijar na esperança, a sermos pacientes na tribulação e na oração, perseverante. Se já faz um tempo que você está orando pela cura de uma pessoa, mas ainda não teve resposta à sua oração, não desista, persevere. Você só deve parar de orar quando a cura acontecer ou quando a pessoa for transferida para a Glória. Enquanto o coração dela estiver pulsando, continue firme, “perseverai na oração”, “orai sem cessar” (1Ts 5.17).
Não seja somente ouvinte, mas praticante da Palavra. Tudo o que Ele deseja é que você possa viver intensamente para Ele. Declare o seu amor a Jesus Cristo todos os dias. Não apenas fale, mas demonstre-o. O amor seja sem hipocrisia, deteste o mal, tudo aquilo que é das trevas, e apegue-se ao bem. Não ame o mundo. Ame cordialmente as outras pessoas, com amor fraternal. Honre o seu irmão.
“Sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Alegrai-vos na esperança”. “O choro pode durar uma noite, mas alegria vem pela manhã”. Então, continue orando. E se dê completamente ao Senhor.
Deus os abençoe!

:: Pastor Márcio Valadão ::